Hospital Casa de Saúde de Guarujá realizou procedimento bem-sucedido em paciente, que saiu andando do hospital
Há um ano, o caminhoneiro Edson Cardoso da Silveira, de 44 anos, sofreu um grave acidente, que esmigalhou seu pé esquerdo, provocou fraturas múltiplas na perna e no pé direito, deixando-o preso nas ferragens até o resgate rodoviário.
Ao chegar no Hospital Casa de Saúde de Guarujá, a equipe médica considerou o estado de saúde de Edson como grave e uma das consequências do acidente poderia ser até mesmo uma amputação, fato que o tornaria incapacitado para seu trabalho como caminhoneiro. Porém, por meio do procedimento de curativo a vácuo realizado no Hospital, os médicos conseguiram livrar Edson da amputação.
Foram mais de dois meses de internação e onze cirurgias, mas o curativo a vácuo foi essencial na recuperação. A técnica consiste em uma ferramenta habitualmente utilizada em lesões de pele para sua cicatrização. Todo o tratamento permitiu que, neste mês, Edson e família comemorassem um ano da passagem deste dia com o acompanhamento de toda a equipe médica e sua completa reabilitação. Edson saiu andando do Hospital e continua realizando suas atividades de trabalho normalmente.
Curativo a vácuo
O curativo a vácuo é um sistema utilizado na cicatrização de feridas que institui uma pressão negativa localizada e controlada. Ele promove aumento do fluxo sanguíneo e remoção dos fluidos, diminuindo o inchaço e a quantidade de bacteriana, favorecendo a cicatrização.
Esse método isola o ferimento do ambiente, impedindo novas contaminações e mantendo umidade benéfica para o fechamento da ferida. Além disso, a pressão atrai as bordas do ferimento, diminuindo suas dimensões. A combinação de todas essas propriedades acelera a cicatrização das feridas e é o que o torna único em comparação aos curativos convencionais e ímpar para o tratamento de ferimentos de alta complexidade como nos casos de esmagamentos, explosões, grandes queimados e acidentes automobilísticos.
Helder Renato, médico ortopedista do HCSG explica que o curativo funciona por meio de dois princípios, chamados macrotensão e microtensão. “Quando falamos em retirar a quantidade de líquidos no ferimento e a quantidade de bactérias, manter limpo e aproximar as bordas da ferida, estamos falando da macrotensão, os efeitos físicos macroscópicos. Quando falamos em levar sangue para o local da ferida, estimular a cicatrização, reduzir o inchaço é o que se chama de microtensão, que é o efeito microscópico, a resposta biológica que a pressão negativa faz no leito de uma ferida”, observou.
Esse tipo de curativo tem potencial para ser usado em lesões muito complexas e, conforme o ortopedista, entre suas vantagens está o fato de ser capaz de manter o ambiente estéril. Ele minimiza a contaminação e dificulta a infecção na ferida, preparando o ambiente para a pele ser reconstruída ou para serem realizados enxertos.